Alzheimer: sintomas e como cuidar de um idoso em casa?

Alzheimer: sintomas e como cuidar de um idoso em casa?

Quando um familiar recebe o diagnóstico de que tem Alzheimer pode ser uma experiência avassaladora. Nesta circunstância, muitas pessoas tomam a decisão de cuidar do familiar em casa, o que pode ser uma tarefa difícil, com muitos desafios a superar.

Cada dia é uma nova etapa com diferentes obstáculos para ultrapassar, à medida que se descobrem novos padrões de comportamento e níveis diferentes de capacidade, ou o aparecimento de alucinações ou o caminhar sem destino.

Tarefas simples que eram feitas de forma rotineira no passado, tais como trocar de roupa, tomar banho e comer, tornam-se cada vez mais difíceis de gerir.

Muitos cuidadores desenvolvem as suas próprias estratégias para lidar com os comportamentos difíceis e as situações de stress. Na verdade, não existe uma única solução para cuidar de pessoas com Alzheimer, por isso a melhor estratégia é por tentativa e erro, e ir vendo o que funciona melhor.

Cada paciente vai reagir de forma diferente às diversas estratégias e mesmo a sua eficácia vai oscilar ao longo das diferentes fases da doença.

Se estiver a cuidar de alguém com a doença de Alzheimer ou demência, o seu papel na gestão das tarefas diárias aumentará à medida que a doença progride.

Neste artigo pode encontrar dicas práticas que podem ajudar a pessoa que tem a doença a participar o mais possível e a permitir-lhe gerir as tarefas de forma eficaz.

O que é a doença de Alzheimer?

A doença de Alzheimer é uma forma de demência que resulta da degeneração do cérebro e provoca perda gradual da memória, além da degradação de forma progressiva e sem retorno de outras funções cognitivas como a atenção, linguagem, concentração, comportamento e mobilidade, entre outras.

Esta degradação progressiva do cérebro afeta o comportamento, a personalidade e a capacidade de realizar as tarefas do dia a dia.

Esta degradação resulta da deformação e redução das células cerebrais, que acabam por morrer. Devido a este facto, as capacidades que se perdem, não se conseguem recuperar de novo.

Embora este declínio cerebral se verifique em todas as pessoas com o envelhecimento, ele é muito mais acentuado nas pessoas que têm Alzheimer.

Existem dois tipos de Alzheimer:

Doença de Alzheimer esporádica:  este tipo da doença pode afetar todos os adultos em qualquer idade, mas atinge sobretudo as pessoas com mais de 65 anos.

Doença de Alzheimer Familiar: não é tão frequente e resulta da transmissão genética da doença, de uma geração para outra. Por causa de uma mutação num gene específico, se um dos pais for portador dessa mutação, os seus descendentes terão 50% de chance de herdar a mutação e maior probabilidade de desenvolver a doença entre os 40 e os 60 anos de idade.

A doença desenvolve-se por fases, evoluindo de uma forma progressiva e irreversível:

Fase inicial: tem um início muito gradual e de forma imperceptível. Os primeiros sinais ou sintomas podem ser confundidos com o excesso de trabalho ou o começo da velhice.

Alguns dos sintomas são:

  • Menor vivacidade e interesse pelas atividades do dia a dia
  • Dificuldade de adaptação à mudança
  • Perder-se na conversa ou repetir muitas vezes a mesma coisa
  • Esquecimento de detalhes de acontecimentos recentes

Fase moderada: os efeitos da doença são mais evidentes e implicam um aumento de incapacidade:

  • Confusão com o espaço e o tempo
  • Esquecimento de acontecimentos recentes
  • Deambular pela rua ou pela casa e perder-se facilmente
  • Ver ou ouvir coisas que não existem
  • Esquecimento de equipamentos ligados
  • Confundir os familiares ou esquecer os seus nomes
  • Deixar de comer ou de fazer a higiene pessoal

Fase avançada: há um agravamento muito acentuado da incapacidade e a pessoa fica totalmente dependente de terceiros:

  • Perda da capacidade de compreensão ou de utilizar a linguagem
  • Perda de memória quase instantânea de acontecimentos que decorrem no momento
  • Falta de reconhecimento de familiares e amigos
  • Incontinência
  • Dificuldade para andar, comer, tomar banho e para se vestir
  • Perturbação e agitação durante a noite

À medida que a doença progride ainda mais, o paciente fica permanentemente imobilizado e fica de cama. No entanto, ainda se mantém a sensação de toque, a audição e as respostas emocionais.

Na fase final de vida, os cuidados paliativos têm um papel muito importante para proporcionar maior conforto e alívio do sofrimento ao doente e à sua família.

Quais são os sintomas?

Nas fases iniciais, os sintomas podem ser pouco explícitos. Os primeiros indícios começam frequentemente por lapsos de memória e dificuldade em encontrar as palavras certas para objetos ou tarefas do quotidiano.

À medida que as células cerebrais vão morrendo, a gravidade dos sintomas aumenta.

Os sintomas mais frequentes são:

  • Dificuldades de memória persistentes e frequentes
  • Perda de entusiasmo generalizada pelas atividades habituais
  • Esquecimento de lugares conhecidos e de familiares e amigos
  • Incapacidade para compreender instruções ou outros assuntos mais complexos
  • Diminuição da capacidade de interação social
  • Dificuldade para articular as palavras e falar
  • Imprevisibilidade emocional
  • Maior tempo despendido para realizar as tarefas habituais

A progressão da doença e a manifestação dos sintomas varia de pessoa para pessoa e de acordo com as áreas cerebrais afetadas. Estas variações podem ocorrer a cada dia que passa ou durante o decorrer do dia, e são frequentes quando são influenciadas por stress, outras doenças ou cansaço.

Qual é o tratamento?

O tratamento para a doença de Alzheimer tem como objetivo principal retardar o agravamento da doença e o controle dos sintomas e inclui a utilização de medicamentos, bem como de outras técnicas que possam contribuir para uma maior independência do paciente.

A escolha do tratamento mais adequado e as opções de medicamentos são estabelecidas pelo médico depois de fazer a avaliação e identificação das necessidades de cada pessoa.

Medicamentos

O tipo, a dose e a quantidade de medicamentos são aconselhados pelo médico. Existem comprimidos que melhoram os sintomas e atrasam a evolução da doença, especialmente a perda de memória. Devem ser usados desde o início do diagnóstico.

Outros tipos de medicamentos podem ser usados para aliviar sintomas específicos como a ansiedade, insónias ou a depressão.

Estimulação cognitiva

A estimulação cognitiva ajuda a preservar as capacidades cognitivas do paciente e a mantê-lo mais ativo, contribuindo assim para o seu bem-estar. A estimulação social e física têm também um papel importante na manutenção da qualidade de vida.

Para que esta estimulação seja eficaz é fundamental a adesão do paciente pelo que deve ser um momento positivo, relaxante e compatível com as capacidades do doente, promovendo a sua segurança e autoestima.

Algumas das técnicas utilizadas são a execução de jogos, desafios mentais ou construções.

Fisioterapia

A fisioterapia ajuda a diminuir o efeito das limitações físicas, como a falta de equilíbrio ou a incapacidade para andar.

Deve ser feita pelo menos, 3 vezes por semana com a aplicação de exercícios fáceis de compreender e executar, de acordo com a capacidade mental e física do paciente.

Os benefícios da fisioterapia são muito diversificados:

  • Ajuda a diminuir as dores nas articulações e nos músculos
  • Previne a ocorrência de quedas e fraturas
  • Ajuda a fortalecer os músculos
  • Melhora a coordenação, flexibilidade e equilíbrio
  • Ajuda a aumentar a eficácia do aparelho digestivo
  • Ajuda a prevenir o aparecimento de feridas na pele das pessoas acamadas

Como cuidar de um doente com Alzheimer em casa?

Estabelecer um conjunto de estratégias e um plano de ação para organizar o dia, pode ser uma grande ajuda para lidar com a situação de ter um familiar em casa com Alzheimer.

Definir uma rotina diária

Comece por estudar as rotinas diárias do paciente. Tente encontrar padrões de comportamento para ver se consegue alterar as suas rotinas para que o dia corra de forma mais suave.

Por exemplo, se estiver menos confuso ou disponível para colaborar de manhã, adapte a sua rotina para aproveitar ao máximo esses momentos. No entanto, as capacidades e preferências irão flutuar de dia para dia, por isso tente ser flexível e adaptar a sua rotina conforme necessário.

Comunicação

A comunicação com uma pessoa que sofre com a doença pode ser um desafio. É necessária muita prática para alcançar a compreensão mútua, mas estas estratégias podem ajudar:

  • Escolha palavras simples e frases curtas e use um tom de voz suave e calmo.
  • Não fale com a pessoa como se fosse um bebé e não fale sobre eles como se não estivessem presentes.
  • Diminua as distrações e algum ruído de fundo que exista, como a televisão ou rádio, para ajudar a pessoa a concentrar-se e a processar o que está a dizer.
  • Certifique-se de que tem a atenção da pessoa antes de falar, dirigindo-se a ela pelo nome, mantendo sempre o contacto visual.
  • Dê tempo suficiente para que respondam, e tenha cuidado para não interromper.
  • Se tiverem dificuldade em encontrar uma palavra ou comunicar um pensamento, tente gentilmente ajudar com as palavras pretendidas.
  • Faça as perguntas e dê as instruções de uma forma positiva.
  • Esteja aberto às preocupações da pessoa, mesmo que seja difícil de compreender.
  • Se não conseguir compreender o que está a tentar ser dito, procure pistas nas suas emoções e linguagem corporal e leve em consideração o ambiente que a rodeia.

Banho

Tomar banho pode ser uma experiência assustadora e confusa. Os mais velhos podem pensar que acabaram de tomar banho, mas na realidade o seu último banho foi há uma semana. Podem ficar confusos com o processo ou ficar com medo da água e de uma possível queda.

O planeamento com antecedência pode ajudar a facilitar o tomar banho a todos os envolvidos:

  • O banho ou duche devem ser planeados para uma altura do dia em que a pessoa esteja mais calma e agradável. É também importante manter a rotina e ser consistente.
  • Aceite que o banho pode ser assustador e desconfortável. Seja gentil, paciente e tenha calma.
  • Mova-se lentamente e diga à pessoa o que vai fazer, passo a passo. Permita que ele ou ela participe no processo tanto quanto possível.
  • Certifique-se que tem todos os produtos, toalhas e produtos de assistência de que precisa antes de trazer a pessoa de quem cuida para a casa de banho.
  • Seja sensível à temperatura da água e do ar. Aqueça previamente o quarto, se necessário, e mantenha toalhas extra e um roupão com fácil acesso. Teste a temperatura da água antes de começar o banho ou o duche.
  • Minimize os riscos de segurança usando um chuveiro de mão, um banco de duche ou uma cadeira para banheira, barras de apoio, e tapetes de banho antiderrapantes. Nunca deixe a pessoa sozinha na banheira ou no duche.
  • O banho pode não ser necessário todos os dias. Um banho de esponja pode ser eficaz entre banhos com duche ou banheira.

Vestir a roupa

Para alguém que tem Alzheimer, vestir-se pode apresentar um conjunto de obstáculos como escolher o que vestir, tirar a roupa, abotoar e utilizar fechos.

  • Tente que a pessoa se vista ao mesmo tempo todos os dias, para estabelecer uma rotina.
  • Tenha em consideração algum tempo extra para que a pessoa se possa vestir sem pressão adicional ou ter de se apressar.
  • Permita que a pessoa escolha o que quer vestir a partir de uma seleção limitada de roupas. Se ele ou ela tiver uma peça de vestuário favorito, considere comprar vários ou o mesmo estilo em algumas cores diferentes.
  • Armazene algumas roupas noutra sala para reduzir o número de opções que tem para escolher. Demasiadas opções podem ser esmagadoras quando se tem que tomar uma decisão.
  • Mantenha apenas um par de peças de roupa no armário ou na cómoda.
  • Organize as roupas na ordem em que são vestidas para poder ajudar ao longo do processo de vestir.
  • Entregue um item de cada vez ou dê instruções claras, passo a passo, se for preciso.
  • Escolha roupas que sejam confortáveis, fáceis de entrar e sair, e fáceis de cuidar. Fitas elásticas para a cintura e fechos de velcro minimizam as lutas com botões e fechos de correr.

Alimentação

Algumas pessoas com Alzheimer querem estar sempre a comer, enquanto outras têm de ser estimuladas para isso. Comer e beber envolve os sentidos bem como as funções motoras coordenadas, tudo isto pode estar diminuído por causa da doença.

  • Encare a hora das refeições como oportunidades de interação social. Tente ser paciente e evite a precipitação.
  • Providencie um ambiente calmo e tranquilo, limitando o ruído de fundo e outras distrações.
  • Mantenha rotinas consistentes na hora das refeições, mas adapte-se às necessidades da pessoa.
  • Permita que a pessoa escolha o que quer comer, mas limite o número de opções a escolher. Tente oferecer alimentos apelativos que variam em sabor, textura e cor.
  • Sirva pequenas porções ou várias pequenas refeições ao longo do dia.
  • Disponibilize lanches saudáveis, alimentos que possam ser comidos com as mãos, e batidos. Nas fases iniciais da doença, tenha em atenção a possibilidade de haver vontade de comer em excesso.
  • Escolha pratos e utensílios alimentares que promovam a independência. Se a pessoa tiver dificuldade em utilizar os utensílios, utilize uma tigela em vez de um prato, ou ofereça utensílios com pegas mais fáceis de agarrar.
  • As dificuldades na utilização de utensílios também podem ser resolvidas servindo alimentos que possam ser comidos com os dedos como pequenas sanduíches, pedaços de frango, e pedaços de fruta. Utilize palhinhas ou copos com tampas para facilitar o ato de beber e minimizar os acidentes.
  • Encoraje a pessoa a beber muitos líquidos ao longo do dia para evitar a desidratação.
  • Mantenha os controlos dentários de rotina e a saúde oral diária para manter a boca saudável.
  • À medida que a doença progride, é importante ter em atenção o risco acrescido de asfixia e aspiração devido à dificuldade de mastigar e engolir.

Atividades para seniores com Alzheimer

Estabeleça atividades que correspondam aos interesses e capacidades do paciente. Desenvolver as competências que já existem funciona geralmente melhor do que tentar ensinar algo novo.

  • Atividades simples e curtas, sem demasiados passos ou requisitos diferentes, são melhores.
  • Ajude a pessoa a começar, e divida a atividade em pequenos passos.
  • Ofereça elogios por cada etapa que completa, e esteja atento a sinais de agitação ou frustração. Se se irrita, ajude gentilmente ou reoriente a sua atenção para outra coisa.
  • Inclua as atividades favoritas na sua rotina diária e tente fazê-las a uma hora semelhante todos os dias.
  • Para ajudar a manter as capacidades funcionais, aumentar os sentimentos de controle pessoal e fazer bom uso do tempo, tente incluí-los em todo um processo. Por exemplo, durante as refeições, encoraje a pessoa a desempenhar um papel na preparação da comida, na colocação da mesa, e na limpeza posterior.
  • Aproveite os serviços e as atividades e oportunidades sociais para os idosos providenciados por instituições públicas.

Incontinência

À medida que a doença progride, muitas pessoas começam a experimentar um controle reduzido da bexiga e do intestino. A incontinência pode ser perturbadora e embaraçosa para os idosos e difícil de gerir para o prestador de cuidados.

Por vezes a incontinência é indicativa de uma doença física, por isso não se esqueça de verificar com o médico.

  • Crie uma rotina para as idas à casa de banho e mantenha-se o mais próximo possível. Por exemplo, fazer intervalos para ir à casa de banho de 3 em 3 horas durante o dia, e não esperar que a pessoa pergunte.
  • Esteja atento a sinais de que pode ter de ir à casa de banho, tais como agitação ou puxar a roupa, e aja rapidamente.
  • Seja compreensivo quando ocorrem acidentes. Mantenha-se calmo e tranquilize a pessoa se ela estiver perturbada. Tente manter-se a par de quando os acidentes acontecem para ajudar a planear formas de os evitar.
  • Pense em agendar uma pausa adicional para ir à casa de banho ou ir lá nos 30 minutos a seguir às refeições.
  • Para ajudar a prevenir acidentes noturnos, limite a ingestão de líquidos nas horas imediatamente antes de ir dormir.
  • Se vão sair de casa, planeie com antecedência. Saiba onde se encontra a casa de banho, e faça com que os idosos usem roupas simples e fáceis de transportar. Leve um conjunto extra de roupa e material de apoio para incontinência em caso de acidente.

Problemas de sono

É frequente as pessoas ficarem inquietas, agitadas e irritáveis durante as horas tardias do dia e mesmo durante a noite. Esta situação é por vezes designada como a síndrome do pôr-do-sol.

Para melhor gerir as mudanças de humor e comportamento que vêm com o pôr-do-sol siga estas dicas:

  • Mantenha uma rotina ao fim do dia que replica a rotina que existia antes a esta hora. Isto pode envolver ver as notícias da noite, iniciar o jantar, ou vestir o pijama. Criar uma rotina de dormir consistente também pode ser muito útil.
  • Monitorize o impacto da hora da refeição na rotina noturna. A maior refeição familiar pode ser servida ao almoço.
  • Evite a ingestão de estimulantes como álcool, cafeína ou nicotina.
  • Estimule o exercício, porque ajuda a melhorar o sono. Considere a possibilidade de praticar atividades fisicamente exigentes mais cedo durante o dia.
  • Limite as sestas mais tarde, mas garanta que a pessoa tem um descanso adequado. O cansaço pode aumentar a probabilidade de agitação ao fim da tarde.
  • Estabeleça um ambiente calmo e pacífico à noite, limitando as atividades familiares e outras distrações. Elimine ruídos altos, ponha música calma e desligue a televisão, porque pode ser estimulante.
  • Coloque luzes noturnas no quarto, corredores e casa de banho se a escuridão for assustadora ou desorientadora.
  • Tome precauções para proporcionar um espaço seguro para dormir, para que possa ter uma noite sólida de descanso, mesmo que permaneça acordado ou tente deambular.

Alucinações e Delírios

À medida que a doença progride, um adulto mais velho pode sofrer alucinações ou delírios. As alucinações implicam ver, ouvir, cheirar, provar, ou sentir algo que não está presente. As ilusões são falsas crenças que uma pessoa pensa que são reais.

Por vezes as alucinações e delírios são sinais de doença física, como uma infeção urinária.

Evite discutir sobre o que estão a experimentar. Tente responder aos sentimentos que estão a ser expressos. Conforte e tranquilize se tiverem medo.

Tente distrair ou reorientar para outro tópico ou atividade. Por vezes uma mudança de cenário, como mudar para outra sala ou sair para passear, pode ajudar.

Evite programas de televisão e filmes violentos ou perturbadores. A pessoa pode não ser capaz de os distinguir da realidade.

Certifique-se de que a pessoa está segura e não tem acesso a nada que possa usar para se prejudicar a si própria ou aos outros.

Alguns medicamentos podem causar alucinações ou delírios.

Deambulação

Manter a pessoa segura é um dos aspetos mais importantes da prestação de cuidados. Algumas pessoas com a doença têm a tendência a vaguear para longe de casa. Saber como limitar a deambulação pode proteger uma pessoa de se perder e de se ferir.

Assegure-se de que a pessoa leva algum tipo de identificação ou usa uma pulseira médica.

Notifique previamente os vizinhos e as autoridades locais que a pessoa tem tendência para vaguear. Peça para ser contactado ou a polícia imediatamente se for vista sozinha na rua.

Mantenha à mão uma fotografia recente ou vídeo para ajudar a polícia no caso de se perderem.

Mantenha as portas exteriores trancadas. Considere uma fechadura com chave ou uma fechadura adicional, alta ou baixa, na porta.

Instale um alarme ou “sistema de aviso” que toca quando as portas e janelas exteriores abrem.

Segurança Doméstica

Os cuidadores de pessoas com a doença de Alzheimer têm que olhar para as suas casas com outros olhos, para mais facilmente conseguirem identificar e corrigir os riscos de segurança.

A criação de um ambiente doméstico seguro pode prevenir muitas situações stressantes e perigosas. A prevenção começa com uma avaliação da segurança de todas as divisões da casa.

  • Remova as fechaduras nas portas das casas de banho e dos quartos para evitar que se fechem acidentalmente.
  • Utilize fechos à prova de crianças em armários de cozinha e em qualquer local onde se guardem produtos de limpeza ou outros produtos químicos.
  • Ponha rótulos nos medicamentos e mantenha-os num armário fechado ou numa caixa de medicamentos.
  • Certifique-se de que facas, tesouras, isqueiros, fósforos, armas, e quaisquer outros artigos potencialmente perigosos estão seguros e fora do alcance.
  • Mantenha a casa livre de desordem. Remova tapetes soltos e quaisquer outros perigos que possam contribuir para uma queda.
  • Certifique-se de que há iluminação adequada tanto dentro como fora da casa.
  • Tenha atenção e antecipe as questões de segurança na cozinha, tais como esquecimento em desligar o fogão ou o forno. Considere a instalação de um interruptor de desligar automático nos aparelhos para evitar queimaduras e incêndios domésticos.
  • Se tiver quintal coloque vedações e um portão trancado. Equipe o portão com um sino ou campainha que possa alertar quando este abrir ou fechar.
  • Assegure-se de que a sua casa está equipada com muitos detetores de fumo. Teste-os mensalmente e troque as pilhas quando necessário.

Condução do carro

Quando chegar a altura de parar de conduzir, poderá haver resistência. Em vez de discutir, providencie outras opções de transporte que ajudem a manter as rotinas.

Se necessário, guarde as chaves do carro. Se apenas ter as chaves é importante, substitua por um conjunto diferente de chaves.

Se tudo o resto falhar, leve o carro para outro local onde esteja inacessível e fora de alcance, ou venda.

Socialização

A socialização é importante para as pessoas com Alzheimer, mesmo quando não se lembram de quem os visita.

Planeie as visitas para a altura do dia em que a pessoa está no seu melhor.

Considere fazer uma atividade, tal como álbuns de fotografias para ver. Mas, esteja preparado para não fazer as atividades planeadas, se necessário. A flexibilidade é fundamental.

Mantenha o ambiente calmo e livre de distrações.

Respeite o seu espaço pessoal e preserve a distância necessária.

Não discuta se estiver confuso. Valide os seus sentimentos, e mude a atividade ou tópico de conversa se houver perturbação.

Lembre-se que pode não reconhecer as visitas, ser indelicado, ou responder com raiva. É provável que reaja por confusão e frustração.

Consultas Médicas

É importante que a pessoa com Alzheimer receba cuidados médicos regulares. O planeamento antecipado pode ajudar que a viagem ao consultório médico decorra mais suavemente.

Tente marcar as consultas para a hora do dia em que estiverem mais calmos, descansados e conscientes. Pergunte a que hora do dia o consultório está mais vazio para evitar longas esperas e sobrecarregar o paciente.

Se não gostar de ir ao médico, evite falar da consulta até ao dia da visita ou mesmo pouco antes da hora de ir. Seja positivo e concreto.

Leve um lanche ou bebida favorita e quaisquer materiais ou atividades favoritas.

Escreva quaisquer perguntas ou preocupações que possa ter antes da consulta. Anote as respostas ou peça ao médico informações e instruções por escrito, para que as possa manter arquivadas.

Reduza as frustrações

Uma pessoa com demência pode ficar agitada quando tarefas outrora simples se tornam difíceis.

Faça um plano e estabeleça rotinas. Mas, permita alguma flexibilidade para atividades espontâneas ou dias particularmente difíceis.

Leve o seu tempo. Antecipe que as tarefas podem demorar mais tempo do que costumavam e marque mais tempo para elas. Permita tempo para pausas durante as tarefas.

Dê instruções simples. As pessoas com Alzheimer compreendem melhor uma comunicação clara, de uma só vez.

Seja flexível

Com o tempo, a pessoa torna-se mais dependente. Para reduzir a frustração, mantenha-se flexível e adapte a sua rotina e expectativas conforme necessário.

Conclusão

Cada pessoa com doença de Alzheimer irá experimentar os seus sintomas e progressão de forma diferente. Adapte estas dicas práticas às necessidades dos seus familiares.

Paciência, flexibilidade, autocuidado e o apoio de amigos e família, podem ajudar a lidar com os desafios e frustrações que a doença traz. Concentre-se nos cuidados individualizados e caso seja necessário considere a contratação de um serviço de enfermagem ou de apoio domiciliário.

Os prestadores de cuidados profissionais que têm uma vasta experiência no cuidado de idosos com a doença de Alzheimer podem ser uma valiosa adição à equipa de cuidados da pessoa de quem cuida. Estes cuidadores podem ajudar com todas as facetas dos cuidados necessários, proporcionar um companheirismo valioso e permitir o necessário tempo de descanso do cuidador familiar.

Na Novo Cuidar a prioridade é a sua saúde e o seu bem-estar. Aqui encontra sempre uma equipa de cuidadores coordenada por profissionais de saúde qualificados e com vasta experiência.

Tem ainda ao seu dispor o serviço de cuidados de saúde ao domicílio tais como o apoio domiciliário, estimulação cognitiva, terapia da fala , bem como a fisioterapia e  o serviço de enfermagem 24h/dia, para o ajudar e apoiar sempre que precisar, com um plano de cuidados à sua medida a preço competitivo.

Referências:

  • Mayo Clinic
  • AgingCare
  • Associação Portuguesa de Familiares e Amigos dos Doentes de Alzheimer