Para as pessoas que vivem com um estoma, a função intestinal alterada e imagem corporal afetada exigem a adaptação a uma nova forma de viver, o que implica uma mudança profunda de vida.
Saber lidar com a situação nem sempre é fácil e as questões ligadas à autoestima e gestão das emoções são muito importantes.
Deixar sair todas as emoções e conceder o tempo necessário para o ajustamento à situação é fundamental para ajudar a evitar quaisquer problemas de saúde mental mais tarde.
Um dos fatores mais relevantes é o estigma associado ao uso do estoma e a preocupação com o cheiro.
Mas, na verdade as chances de alguém cheirar ou perceber que uma pessoa tem um estoma são muito reduzidas, já que os sacos utilizados têm filtros que deixam o ar sair e neutralizam o odor.
Cuidar de uma pessoa ostomizada em casa exige assim uma disposição que implica a compaixão, empatia e tranquilidade para proporcionar um cuidado mais eficaz ao ostomizado.
O que é a colostomia?
Uma colostomia consiste numa abertura na barriga, na parede abdominal, realizada através de cirurgia, que é executada quando o cólon ou intestino não funciona corretamente, ou porque uma doença afeta uma parte do intestino e que causa a necessidade de remoção dessa parte.
A extremidade do intestino grosso é colocada na abertura no abdómen e forma o estoma. A colostomia pode ser necessária apenas por um curto período de tempo, tendo uma função temporária que pode ocorrer por 3 a 6 meses.
Uma colostomia temporária pode ser utilizada quando uma parte do cólon necessita de tempo para descansar e curar de um problema ou doença.
Por outro lado, quando existe uma doença mais grave ou um cancro, a colostomia pode ser necessária para o resto da vida e torna-se permanente.
A localização do estoma no abdómen depende da parte do cólon que é afetada. Algumas colostomias são grandes, algumas pequenas. Outras são do lado esquerdo do abdómen, algumas são do lado direito, outras podem estar no meio.
O estoma é na verdade o revestimento ou a mucosa do intestino. Tem uma cor entre o cor-de-rosa e o vermelho. É quente e húmido e segrega pequenas quantidades de muco.
O aspeto do estoma depende do tipo de colostomia e das diferenças individuais do corpo. Pode parecer bastante grande no início, mas diminui até ao seu tamanho final cerca de 6 a 8 semanas depois da cirurgia.
A forma é redonda ou oval. Alguns podem ficar um pouco salientes, enquanto outros são planos junto à pele.
Ao contrário do ânus, o estoma não tem válvula ou músculo de fechamento. Isto significa que não será capaz de controlar a passagem das fezes, mas por vezes os movimentos intestinais podem ser geridos de outras formas.
Não existem terminações nervosas, pelo que o estoma em si não é uma fonte de dor ou desconforto.
Tipos de colostomia
Colostomia ascendente
Quando a cirurgia é realizada na parte inicial do intestino grosso e as fezes têm uma consistência líquida.
Colostomia descendente
Afeta a parte final do intestino e as fezes têm uma consistência normal.
Colostomia transversa
Quando o orifício é feito na parte intermédia do intestino e as fezes são semilíquidas.
Razoes para fazer uma colostomia
A cirurgia para realizar a colostomia pode ser necessária para tratar várias doenças e condições diferentes que incluem:
- Abertura anal bloqueada ou ausente ao nascer
- Infeção grave como a inflamação de pequenos sacos no cólon
- Doença inflamatória intestinal
- Lesões no cólon ou reto
- Bloqueio parcial ou completo do intestino
- Cancro retal ou cancro do cólon
- Feridas ou fístulas no períneo
Uma fístula é uma ligação anormal entre partes internas do corpo, ou entre um órgão interno e a pele. O períneo de uma mulher é a área entre o ânus e a vulva, o de um homem encontra-se entre o ânus e o escroto.
Algumas infeções ou lesões exigem um descanso temporário ao intestino, neste caso uma colostomia temporária pode ser a solução.
Uma colostomia permanente pode ser necessária para um problema mais grave ou incurável, como o cancro que requer a remoção do reto, ou uma falha dos músculos que controlam a eliminação das fezes.
O que é que a colostomia faz?
A colostomia muda a forma como o corpo funciona para permitir que as fezes passem.
Depois de uma colostomia ter sido criada, os intestinos funcionarão tal como funcionavam antes, exceto quando o cólon e o reto são desconectados ou removidos.
O ânus deixa de ser a saída para as fezes, mas continuará a sair muco de vez em quando, o que é uma situação normal.
Dado que os nutrientes são absorvidos no intestino delgado, a colostomia não altera a forma como o corpo utiliza os alimentos.
As principais funções do cólon são absorver água, mover as fezes em direção ao ânus, e depois armazenar as fezes no reto até que sejam eliminadas.
Quando uma colostomia muda o percurso das fezes, a área de armazenamento já não está disponível.
Um cólon mais curto por causa da colostomia, implica menos tempo para absorver água, tornando as fezes mais macias ou mais líquidas.
Uma colostomia perto do reto, irá colocar para fora as fezes que já estiveram no intestino durante mais tempo.
Dependendo dos efeitos de doenças, medicamentos, ou outras formas de tratamento, o cólon mais comprido pode fazer com que as fezes se tornem mais sólidas ou formadas.
Após a cirurgia, algumas pessoas podem ainda sentir impulsos e até ter alguma descarga do ânus. Esta descarga é muco, sangue, e por vezes fezes, deixadas pela operação.
Se o reto permanecer após a cirurgia, continuará a expelir muco que pode ser eliminado sempre que existir vontade de o fazer.
Quais os cuidados a ter em casa?
Um enfermeiro especialmente treinado pode cuidar e ensinar as pessoas que vivem com estoma.
Os cuidados a ter em casa com uma pessoa que passou por uma colostomia podem ser bastante complexos e necessitam de uma atenção particular.
Eis alguns dos cuidados a ter em casa:
Proteger a pele em torno do estoma
A pele à volta do estoma deve ter sempre o mesmo aspeto que a pele em qualquer outro lugar do abdómen. Mas a existência do estoma pode tornar esta pele sensível ou dorida. É importante manter a pele saudável.
Usar um saco de tamanho adequado
Uma abertura demasiado pequena pode cortar ou ferir o estoma e pode causar o inchaço. Se a abertura for demasiado grande, a saída pode chegar a e irritar a pele. Deve ser usado um saco que se ajuste bem.
Mudar regularmente o saco para evitar fugas e irritação da pele
É importante ter um horário regular para mudar o saco. Não se deve esperar por fugas ou outros problemas como comichão e ardor.
Remover a barreira cutânea empurrando suavemente a pele para longe da barreira pegajosa, em vez de a puxar para longe da pele.
Limpar a pele à volta do estoma com água
Secar completamente a pele antes de colocar o saco. Deve-se ter em atenção a sensibilidade e alergia ao adesivo, barreira cutânea, pasta, fita adesiva, ou material do saco.
Estas alergias podem surgir após semanas, meses, ou mesmo anos de utilização de um produto, porque pode aumentar a sensibilidade com o tempo.
Se a pele estiver irritada apenas onde a bolsa de plástico toca, uma capa para a bolsa ou uma marca de bolsa diferente, podem ser a solução.
O enfermeiro pode oferecer ideias, se necessário. As capas das bolsas estão disponíveis junto dos fabricantes de material, ou podem ser feitas manualmente. Poderá ser necessário testar diferentes produtos para ver como a pele reage a eles.
Esvaziamento do saco
Não é preciso utilizar material esterilizado. Um lenço de papel facial, papel higiénico, ou toalhas de papel podem ser usados para limpar à volta do estoma em vez de compressas de gaze esterilizadas.
Como esvaziar a bolsa
A bolsa ou saco de estoma deve ser esvaziado quando está cerca de um terço ou metade cheia para evitar que fique demasiado cheio e comece a vazar.
Eis alguns exemplos do procedimento para fazer o esvaziamento e substituição do saco:
- Sentar-se o mais atrás possível na sanita ou numa cadeira virada para a sanita
- Colocar uma pequena tira de papel higiénico na sanita para diminuir os salpicos
- Segurar o fundo da bolsa e abrir o clipe na extremidade ou na cauda da bolsa
- Desenrolar lentamente a cauda sobre a sanita
- Esvaziar suavemente o conteúdo
- Limpar o exterior e o interior da cauda da bolsa com papel higiénico
- Enrolar a extremidade da bolsa e voltar a prender
É melhor ter um horário de mudança regular dos sacos. Diferentes sistemas são feitos para durar diferentes períodos de tempo. Alguns são mudados todos os dias, outros a cada 3 dias ou mais, e outros apenas uma vez por semana. Depende do tipo de bolsa que se usa.
Pode haver menos atividade intestinal em certas alturas do dia. É mais fácil mudar durante estes períodos. Outra hipótese é fazer a mudança de manhã antes de comer ou beber.
Ou deixar passar pelo menos 1 hora após uma refeição, quando o movimento digestivo tiver abrandado.
Fatores a ter em conta
O sistema do saco deve aderir à pele. É importante fazer a mudança antes que se solte ou vaze. O tempo que uma bolsa ficará selada à pele depende de muitas coisas, tais como o tempo, o estado da pele, cicatrizes, alterações de peso, dieta, atividade, forma do corpo perto do estoma e o tipo de fezes.
A transpiração pode influenciar o número de dias em que se pode usar o saco. O calor corporal, adicionado à temperatura exterior, faz com que as barreiras cutâneas se soltem mais rapidamente do que o habitual. A pele húmida e oleosa também pode reduzir o tempo de uso.
As alterações de peso afetam o tempo de utilização e o peso ganho ou perdido após a cirurgia pode alterar a forma do abdómen, levando à necessidade de um sistema totalmente diferente.
A dieta pode também causar alguns efeitos. Os alimentos que provocam fezes mais líquidas são mais suscetíveis de quebrar a aderência do que uma descarga mais espessa.
As atividades físicas também podem afetar o tempo de uso. Natação, desportos muito extenuantes, ou qualquer coisa que provoque suor, podem reduzir o tempo de uso.
Banhos
A água por si só não prejudica a ostomia. A exposição normal ao ar ou o contacto com água e sabão também não prejudicam o estoma. Mas, o sabão pode interferir com a barreira cutânea aderente à pele.
É melhor usar apenas água para limpar a pele à volta do estoma. Ao usar o sabão, é melhor enxaguar bem a pele.
Ao tomar banho, a bolsa pode ser removida, mas não é necessário e normalmente não é recomendado, porque pode haver produção de fezes durante o banho.
Manchas de sangue no estoma
O surgimento de manchas de sangue não é motivo de alarme. A limpeza em redor do estoma à medida que se muda a bolsa ou a barreira cutânea pode causar uma ligeira hemorragia.
Os vasos sanguíneos nos tecidos do estoma são muito delicados na superfície e são facilmente perturbados. A hemorragia para geralmente de forma rápida. Se isto não acontecer, é melhor pedir ajuda ao enfermeiro ou ao médico.
Depilação
Ter muitos pelos à volta do estoma pode dificultar a adesão do saco e pode causar dor ao removê-lo.
Barbear com uma lâmina de barbear ou aparar os pelos com uma tesoura é uma boa opção.
Este procedimento deve ser feito com cuidado e a seco à volta do estoma, sem utilizar sabão ou cremes de barbear porque têm loções e óleos que podem afetar a adesão do saco.
Após depilação, enxaguar e secar bem a pele antes de aplicar a o saco.
Vestuário
Não é necessária roupa especial para usar diariamente. As bolsas de ostomia, são bastante planas e difíceis de ver sob a maioria do vestuário. A pressão da roupa interior elástica não prejudica o estoma nem impede o funcionamento do intestino.
Roupa interior confortável, como cuecas elásticas de algodão, t-shirts, ou camisolas, podem da um apoio extra, segurança e ajudam a esconder os sacos.
Uma simples cobertura de bolsa acrescenta conforto ao absorver o suor do corpo e evita que a bolsa de plástico descanse contra a pele.
Gestão de problemas
Viver com um estoma exige uma adaptação profunda, mas mesmo com toda a atenção e cuidado há sempre algumas complicações que podem surgir.
Flatulência
Logo após a cirurgia pode surgir a sensação da existência de gás intestinal. Muitas vezes surge este sintoma desconfortável, embaraçoso, mas que é inofensivo.
Os ruídos gasosos ou os ruídos estomacais podem ser uma preocupação. Pode ser útil conversar com o enfermeiro sobre os produtos para ajudar a diminuir o gás.
Alguns alimentos podem causar gás, tais como ovos, couve, brócolos, cebolas, peixe, feijão, leite, queijo, bebidas com gás e álcool.
Comer regularmente também ajuda a prevenir o surgimento de gás intestinal.
É aconselhável comer quantidades menores de alimentos 4 a 5 vezes por dia e não saltar refeições.
Odor
Muitos fatores como alimentos, bactérias no intestino, doenças, certos medicamentos, e vitaminas podem causar cheiro.
Alguns alimentos em específico podem produzir odor como os ovos, couve, queijo, pepino, cebola, alho, peixe, produtos lácteos e café.
É aconselhável utilizar um saco resistente ao odor e verificar se a barreira cutânea está bem presa à pele. Esvaziar a bolsa frequentemente também ajudar a prevenir o aparecimento de cheiro.
Colocar líquidos ou comprimidos especiais de desodorizante no saco, pode ser outra solução. Alguns produtos que podem ajudar com o odor são as pastilhas de clorofila.
Uso de medicamentos
Por vezes os comprimidos revestidos ou as cápsulas podem sair inteiros para o saco. Na maioria dos casos, isto significa que o medicamento não fez efeito. Os medicamentos líquidos ou em gel líquido tendem a ser absorvidos mais rapidamente e podem funcionar melhor.
Problemas de pele graves
Grandes áreas com pele vermelha, dorida e molhada podem levar a complicações. É importante tratar de imediato as irritações menores.
Quando há uma grande área irritada o melhor é contactar o médico para que este possa receitar medicamentos que ajudam a secar e melhorar a pele.
Para úlceras de pressão profunda é necessário tratamento médico imediato.
Obstrução
Quando não houver eliminação de fezes através do estoma por mais de 4 a 6 horas e se existirem também cólicas, dores ou náuseas, o intestino pode estar bloqueado ou obstruído. Nestes casos é necessário ajuda médica imediata.
Estas são algumas técnicas que podem ser usadas para evitar o bloqueio intestinal:
- Quando há inchaço na zona do estoma ajustar a abertura do saco junto ao estoma até o inchaço diminuir
- Tomar um banho quente para relaxar os músculos abdominais
- Evitar o consumo de alimentos sólidos
- Mudar de posição corporal
- Não tomar laxante
Alimentos ricos em fibras, tais como couve, verduras, aipo, ananás, nozes, coco, e milho podem causar obstrução. A obstrução também pode ser causada por alterações internas como o tecido cicatrizado que se forma no interior do abdómen após a cirurgia.
Diarreia
A diarreia é normalmente um aviso de que algo não está bem. A diarreia é definida como a existência de fezes líquidas ou moles em maior quantidade do que o habitual.
Acontece quando os alimentos atravessam o intestino delgado demasiado depressa para que os fluidos e eletrólitos sejam absorvidos. Pode aparecer de repente e causar cólicas. Pode causar a perda de muitos fluidos e eletrólitos no corpo.
As fezes soltas também podem ocorrer devido ao consumo de certos alimentos, mas normalmente, nestes casos duram pouco tempo.
Frutas e vegetais crus, leite, sumo de fruta, sumo de ameixa, ou água impura são exemplos de coisas que podem alterar a produção de fezes.
Várias coisas podem causar diarreia:
- Infeção intestinal ou intoxicação alimentar, que também pode causar febre e/ou vómitos
- Antibióticos e outros medicamentos sujeitos a receita médica
- Stress emocional
- Bloqueio parcial, que também causa descarga malcheirosa, cãibras, saída forçada de líquidos, e muitos ruídos do estoma. Pode ser causado por alimentos ou outros fatores.
É importante evitar a desidratação em casos de diarreia, mantendo a ingestão adequada de líquidos e sais minerais. Quando a diarreia é continua deve ser procurada ajuda médica.
Síndrome do intestino curto
Esta situação ocorre quando a cirurgia é feita para remover uma grande parte do intestino delgado.
A síndrome do intestino curto precisa de atenção especial porque não há intestino suficiente para absorver os nutrientes que o corpo necessita.
As pessoas com síndrome do intestino delgado devem estar sob vigilância médica. Devem ser vigiadas de perto para se certificarem de que estão a ingerir calorias, hidratos de carbono, proteínas, gorduras, vitaminas e minerais em quantidade suficiente.
Podem viver uma vida normal, mas devem ter o cuidado de evitar diarreia, e com acesso a cuidados médicos de forma rápida. Quanto mais curto for o intestino delgado, mais aquosas serão as fezes.
Isto pode reduzir o tempo que uma bolsa pode ser usada porque a barreira cutânea rompe-se mais rapidamente e, portanto, é necessário substituir o saco com mais frequência.
Conclusão
Voltar do hospital para casa depois de uma colostomia implica, compreensivelmente, um grande ajustamento tanto para o ostomizado como para o prestador de cuidados.
Pode demorar algum tempo até a situação ficar mais confortável e a compreender plenamente as novas circunstâncias.
Enquanto algumas pessoas se adaptam muito facilmente a um estoma, outras não. É importante perceber que a frustração ou ansiedade são sentimentos comuns e perfeitamente normais.
É importante ter paciência e não utilizar demasiada autocritica. Alguns dias podem ser mais difíceis do que outros, mas com o tempo a situação tende a normalizar e a ser mais confortável.
Quanto mais o ostomizado souber sobre os estomas e como funcionam, mais fácil será gerir os cuidados pessoais e o estilo de vida ajustado. O apoio de um enfermeiro pode fazer toda a diferença para encontrar estratégias e formas de viver com mais qualidade.
A forma de ir à casa de banho pode ter mudado, mas isso não deve ser um impedimento para tirar o máximo partido da vida e desfrutar cada minuto como antes.
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Referencias:
- Associação Portuguesa de Enfermeiros de Cuidados em Estomaterapia
- Associação Portuguesa de Doentes Ostomizados
- American Cancer Society