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10 sinais de perda de audição nos idosos

10 sinais de perda de audição nos idosos

A perda de audição é muito comum nos idosos, mas como é algo que é pouco visível, é normalmente notada como uma mudança de comportamento.

Alguns indícios são pedir frequentemente para as pessoas repetirem o que disseram, manter o volume da televisão muito alto ou queixas de que as outras pessoas falam muito baixo.

Quando estes sintomas, ou outros sinais de perda de audição surgem, é importante consultar o médico para um diagnóstico e tratamento adequados o mais cedo possível. 

Quando os problemas auditivos nos idosos não são tratados, aumenta o risco de desenvolvimento de demência.

1 em cada 4 idosos entre os 65 e os 74 anos, é afetado por perda de audição e muitas vezes as alterações de comportamento que origina são confundidas com desinteresse, confusão ou mudanças de personalidade.

A perda de audição é a terceira condição física mais comum que surge com o envelhecimento a seguir à artrite e à doença cardíaca.

Cerca de metade das pessoas com 75 anos ou mais têm perda de audição incapacitante e apenas 20% das pessoas que poderiam beneficiar de tratamento auditivo procuram ajuda médica.

A maior parte das pessoas idosas adia até não conseguir comunicar devido à surdez, mesmo nas melhores situações de audição.

Tratar a perda de audição nas pessoas mais velhas é importante para a saúde do cérebro e quando não é tratada, torna-se num problema grave de saúde aumentando o risco de desenvolvimento de demência.

Causas para a perda de audição em idosos

Condições de saúde e lesões auditivas causadas por sons altos podem causar perda de audição.

Contudo, quanto mais velho for uma pessoa, maior a probabilidade de sofrer de perda auditiva relacionada com a idade.

Neste caso, é uma perda de audição lenta e constante que é causada por alterações no ouvido interno devido ao envelhecimento.

Cerca de uma em cada quatro pessoas entre os 65 e 74 anos tem perda auditiva e quase metade das pessoas com mais de 75 anos tem dificuldades auditivas.

O tratamento da perda de audição previne danos cerebrais, dado que se um problema auditivo não for diagnosticado e tratado, pode levar a danos nas partes do cérebro relacionadas com a audição.

Existem vários fatores que podem explicar porque é que a perda auditiva está ligada ao declínio cognitivo:

Carga cognitiva

O cérebro está demasiado ocupado a tentar ouvir para se concentrar na memória ou no pensamento.

Atrofiamento cerebral

Partes do cérebro não utilizadas podem ser desperdiçadas e deixam de funcionar normalmente.

Isolamento social

Problemas de audição que impeçam o idoso de ouvir pode impactar a sua socialização e criar um maior isolamento.

 10 sinais comuns de perda de audição na terceira idade

Existem vários sinais que indicam uma perda de audição significativa. Estes são 10 dos sinais:

  • Ter uma audição problemática ao falar ao telefone
  • Ter dificuldades em seguir a conversa quando duas ou mais pessoas falam ao mesmo tempo
  • Aumentar demasiado o volume da televisão
  • Esforço para compreender a conversa
  • Ter problemas de audição num fundo ruidoso, como num restaurante
  • Problemas de vertigens, dor ou zumbido nos ouvidos
  • Pedir frequentemente às pessoas para se repetirem
  • Reclamar que outras pessoas murmuram ou não falam claramente
  • Interpretar mal o que as pessoas dizem e não responder de uma forma esperada
  • Ter dificuldade em compreender quando mulheres ou crianças falam

Outros sinais de perda de audição em idosos incluem uma mudança de personalidade, como um maior isolamento ou maior propensão para conflitos com os outros.

Por vezes, os sintomas da perda de audição podem também ser confundidos com declínio cognitivo.

A perda de audição e o cérebro

Com a perda auditiva, há uma maior probabilidade de desenvolver demência, sendo mesmo considerada como um dos principais fatores de risco para a doença.

A perda de audição pode ter impacto na função cerebral, forçando o cérebro a esforçar-se para ouvir e preencher as lacunas, o que coloca uma grande carga noutros sistemas como o pensamento e a memória.

Outro fator a ter em conta é que a perda auditiva faz com que o cérebro envelhecido encolha mais rapidamente. O envelhecimento provoca naturalmente um encolher do corpo e também do cérebro, a surdez poderá acelerar este processo natural.

Um outro fator é que a perda de audição leva as pessoas a estarem menos empenhadas socialmente, o que é extremamente importante para permanecerem intelectualmente estimuladas.

Se não conseguirem ouvir muito bem, podem não interagir tanto com os outros, levando a que o cérebro esteja menos empenhado e ativo.

O impacto da surdez na atividade cognitiva pode ser muito grande. Estima-se que a perda de audição seja responsável por 8% dos casos de demência. A perda auditiva parece encolher algumas partes do cérebro responsáveis pela resposta auditiva.

Num estudo realizado na Universidade de Washington, alguns idosos foram submetidos a exames cerebrais enquanto ouviam frases de complexidade variável.

Também fizeram testes que mediram a matéria cinzenta, ou seja, as regiões do cérebro envolvidas no controlo muscular e a perceção sensorial, como ver e ouvir, memória, emoções, falar, tomada de decisões, e autocontrolo.

Os resultados mostraram que os neurónios, ou as células cerebrais, nas pessoas com perda auditiva eram menos ativos quando se concentravam em frases complexas e tinham também menos matéria cinzenta nas áreas relacionadas com a audição.

Estes efeitos da perda auditiva podem acumular-se com o tempo ou ser desencadeados pela idade, dado que as pessoas com perda auditiva mais idosas apresentam menor capacidade de compreensão da fala do que os adultos mais jovens que também têm perda auditiva.

Mais recentemente, um estudo publicado em 2021 concluiu que as pessoas que se esforçam muito para ouvir alguém a falar com ruído de fundo, tinham mais probabilidades de desenvolver demência do que as pessoas com audição normal, medida ao longo de um período de 11 anos.

No entanto, o estudo não foi capaz de determinar se a perda auditiva não tratada causou a demência, mas apenas que há uma relação entre as duas.

Outros estudam também mostram que os idosos que apresentam perda auditiva têm um declínio mais rápido.

Estima-se que as pessoas com perda auditiva têm 24% mais probabilidades de atingir o nível estipulado de deficiência cognitiva em comparação com as pessoas com audição normal.

Quanto maior a perda auditiva, maior a probabilidade de as pessoas expressarem preocupações sobre a sua memória ou pensamento ao longo do tempo.

Mesmo com uma perda auditiva ligeira, a probabilidade de relatar um declínio cognitivo é 30% maior do que entre aqueles que não relataram qualquer perda auditiva.

Com uma perda auditiva moderada ou grave, o risco aumenta para 42% e 52% mais elevado respetivamente. Com 80 anos ou mais de idade, a perda auditiva moderada é mais comum do que a perda auditiva ligeira.

Perda de audição e demência

A perda auditiva não tratada está ligada a graves condições de saúde como o declínio cognitivo e a demência. Um aparelho auditivo ou amplificador auditivo podem ter uma enorme influência no funcionamento saudável do cérebro.

As capacidades cognitivas, como a memória e a concentração, das pessoas com perda auditiva tendem a diminuir mais rapidamente do que nas pessoas com audição normal.

Deixar de ouvir está também ligado ao aumento do stress, depressão, mau humor e ao aumento da hospitalização e dos riscos de ocorrência de quedas nos idosos.

São consideradas 3 razões pelas quais a perda de audição pode aumentar o risco de demência. Estas razões explicam porque é que a perda auditiva pode aumentar o risco de declínio cognitivo e demência.

As razões são:

Carga cognitiva

Se o cérebro está constantemente a tentar dar sentido aos sons difíceis de ouvir, está ocupado a processar esses sons e não pode gastar tanta energia em tarefas como memória e pensamento.

A falta de estímulo destes processos cerebrais aumenta o risco de perda de capacidade cognitiva.

Atrofia cerebral

A deficiência auditiva pode contribuir para taxas mais rápidas de desperdício de função cerebral em partes do cérebro que processam o som. Estas partes do cérebro também ajudam ao funcionamento da memória.

Este processo também parece estar envolvido nas fases iniciais de uma ligeira deficiência cognitiva e da doença de Alzheimer.

Isolamento social

As pessoas que têm dificuldade para ouvir evitam frequentemente as atividades sociais por ser tão difícil comunicar com outras pessoas.

Muitos estudos descobriram que a diminuição do envolvimento social e a solidão são fatores de risco para o declínio cognitivo e demência.

Muitos estudos encontraram uma associação entre a perda auditiva não tratada, a doença de Alzheimer e outros tipos de demência.

Ou seja, as pessoas com perda auditiva são mais propensas a desenvolver problemas cognitivos do que as pessoas que não têm perda auditiva. Mas, ainda não se sabe ainda se a perda de audição causa demência ou vice-versa.

Os investigadores também não têm a certeza se os aparelhos auditivos podem prevenir ou inverter o declínio cognitivo, embora possam ter um papel relevante para atrasar o início da demência.

Por outro lado, a perda auditiva pode imitar o declínio cognitivo e a doença de Alzheimer.

Não se pode presumir que alguém está a sofrer de demência se tiver dificuldades em compreender o discurso ou se achar esgotante ter conversas simples.

A perda auditiva tem alguns dos mesmos sintomas que a deficiência cognitiva, por isso é essencial fazer uma verificação auditiva regular.

Tomar o máximo de medidas preventivas possíveis também ajuda, tais como escolhas de estilo de vida saudável, usar aparelhos auditivos, tomar medicamentos como recomendado pelo médico e manter a atividade física e o empenho e social.

Como fazer a prevenção?

A melhor forma de diminuir as hipóteses de perda de audição à medida que se envelhece, é manter o coração saudável, proteger a audição de ruídos altos e não fumar.

Fumar é um grande fator de risco para a perda sensorial da visão e audição. Mesmo quando tomam precauções, algumas pessoas são simplesmente mais propensas a ter perda auditiva em idade mais avançada.

Mesmo sem existir uma relação clara entre o uso de aparelho auditivo e prevenção da demência por perda auditiva, o uso destes aparelhos pode trazer ao idoso uma maior qualidade de vida, possibilitando um maior envolvimento com o que o rodeia e combatendo o isolamento social.

Em alguns casos, as pessoas com demência começaram a usar aparelhos auditivos de venda livre, para aumentar a sua capacidade auditiva, levando a uma melhor comunicação, melhor estado de humor e mais capacidade de interação com os cuidadores, por parte dos idosos.

Se a audição começar a piorar com a idade, é recomendável fazer uma triagem auditiva com um médico especialista em otorrinolaringologia. O teste auditivo é relativamente rápido e indolor e pode ajudar a detetar alterações na audição à medida que a pessoa envelhece.

Conclusão

A perda progressiva da audição natural nos dois ouvidos ao longo da vida, que é decorrente do envelhecimento, tem um impacto muito grande na qualidade de vida dos idosos, acabando por ter consequências muito diversificadas.

Afeta não só a vida social e familiar, como pode também contribuir para a ocorrência de quedas e consequentes sequelas. A progressiva dificuldade para ouvir bem vai ocorrendo ao longo do tempo à medida que vamos envelhecendo.

Cerca de 11% das pessoas entre os 44 e os 54 anos já mostram alguns sinais de alguma perda auditiva. Entre os 55 e os 65 anos a percentagem aumenta para cerca de 25%, alcançando cerca de 50% na população com mais de 70 anos.

Não existe propriamente um tratamento que possa prevenir ou curar a surdez provocada pelo envelhecimento.

Por outro lado, a maior parte dos idosos demora muito tempo para procurar a ajuda do médico para a sua audição, dado que o processo tem um início muito lento e subtil.

Por esta razão a maioria das pessoas de idade que sente a perda da capacidade de ouvir, acaba por encarar o processo como um facto inevitável e sem solução.

No entanto, quando a doença não é tratada adequadamente e os seus efeitos minimizados, a situação pode levar ao desenvolvimento de demência e a um isolamento social acentuado e progressivo.

O que gera situações de angústia e depressão que podem ser mais graves ainda se existirem outras limitações como a falta de visão ou dificuldade para andar.

A perda de audição tem efeitos a longo prazo na saúde. Acredita-se que aumenta o risco de quedas e depressão.

Conduz também a custos mais elevados de cuidados de saúde. As pessoas com perda auditiva têm, ao longo de 10 anos, uma taxa de hospitalização 47% mais elevada.

À medida que envelhecemos, as ligações entre as células do cérebro são danificadas, ou algumas células são perdidas, um processo geralmente designado por atrofia cerebral ou simplesmente declínio cognitivo.

Ao notar problemas de audição num idoso ou em qualquer pessoa, não se deve atrasar o tratamento, o mais rápido possível, porque pode ajudar a evitar, não só o isolamento social, como também problemas de saúde mais graves como a demência.

Apesar da perda de audição ser uma situação que causa desconforto e problemas de saúde, quando tratada atempada e adequadamente pode ser uma situação facilmente gerida sem causar impactos mais graves no bem-estar e conforto dos idosos.

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Referências:

  • Johns Hopkins
  • National Institute on Aging