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10 factos sobre doenças reumáticas que é importante saber

10 factos sobre doenças reumáticas que é importante saber

As doenças reumáticas afetam entre 8% a 12% da população nos países ocidentais. Em Portugal, cerca de 2 milhões de pessoas padecem de alguma destas doenças e 10% destas pessoas têm a forma mais grave da patologia.

Estas doenças afetam maioritariamente as mulheres e são consideradas como uma das maiores causas de incapacidade, afetando profundamente a qualidade de vida dos doentes. Muitas não têm cura, mas têm uma grande prevalência na sociedade.

São um dos motivos mais comuns para a consulta médica nos cuidados de saúde primários, estando na origem de muitos processos de incapacidade laboral ou de processos de reforma antecipada por doença ou invalidez.

A similaridade mais frequente nestas doenças é o facto de serem dolorosas e invisíveis, caso não haja uma deformidade articular evidente, assim cada doença tem que ter um diagnóstico e tratamento específicos.

Nas doenças reumáticas, enquadram-se várias patologias degenerativas, essencialmente relacionadas com o envelhecimento, que afetam as estruturas articulares e musculares do corpo humano.

O que é o reumatismo?

O reumatismo refere-se a várias condições médicas dolorosas que afetam as articulações, ossos, cartilagens, tendões, ligamentos e músculos.

O reumatismo carateriza-se pela dor, que é por vezes intensa e muitas vezes incapacita para o trabalho ou para as atividades normais do dia a dia.

É um conjunto de doenças, que chega a ultrapassar a centena e que, embora afetem mais frequentemente a população sénior, podem afetar todas as pessoas em qualquer idade.

Factos sobre as doenças reumáticas

Não são uma, mas várias doenças

As doenças reumáticas, também chamadas doenças músculo-esqueléticas ou reumatismo, são caracterizadas pela dor e uma consequente redução da amplitude de movimento e da função em uma ou mais áreas do aparelho músculo-esquelético do corpo.

Em algumas das doenças há sinais de inflamação como inchaço, vermelhidão ou calor na zona afetada.

As doenças reumáticas podem também afetar os órgãos internos e algumas pessoas usam a palavra artrite para se referirem a todas as doenças reumáticas.

A artrite, que significa literalmente a inflamação das articulações, é apenas uma das doenças reumáticas. A artrite em específico pode envolver dor, rigidez, inflamação e danos articulares.

As doenças reumáticas abrangem mais de 200 doenças diferentes que vão desde vários tipos de artrite até à osteoporose e às doenças sistémicas do tecido conjuntivo.

As doenças reumáticas são um conjunto de patologias inflamatórias que atingem sobretudo as articulações.

Estas doenças, que podem resultar também de infeções, processos degenerativos ou alterações metabólicas, podem manifestar-se com diferentes níveis de gravidade, indo de um episódio agudo e temporal até um processo crónico.

Embora atinjam especialmente as articulações, podem desenvolver-se noutras áreas do corpo, como os ossos, músculos, tendões e até o tecido conjuntivo em qualquer parte do corpo. 

Estas doenças, embora designadas de um modo geral como reumáticas, são na verdade constituídas por várias doenças especificas e diferentes que atingem zonas diferentes do corpo.

Afetam uma grande parte da população

As doenças reumáticas estão entre as mais prevalecentes. No mundo industrializado, estas doenças afetam mais indivíduos do que qualquer outro grupo de doenças.

Na realidade, um terço das pessoas de todas as idades são afetadas em algum momento durante a sua vida. Na Europa, quase todas as famílias são afetadas, de alguma forma, por uma doença reumática.

Além disso, as doenças reumáticas não tratadas podem reduzir a expetativa de vida. Estas doenças afetam todas as idades e ambos os sexos, embora as mulheres sejam mais frequentemente afetadas do que os homens.

As causas são variadas

Alguns fatores podem aumentar o risco de desenvolvimento de doenças reumáticas, como por exemplo:

  • Consumo de tabaco
  • Peso excessivo
  • Fatores genéticos
  • Certas ocupações que levam a lesões e utilização excessiva das articulações
  • Envelhecimento
  • Frio que provoca a contração das articulações, tendões e músculos
  • Défice de vitamina D
  • Sedentarismo
  • Poluição
  • Traumatismo
  • Stress

Como as doenças reumáticas são muito diferentes entre si, as suas causas também são muito diversas, porque variam em função do quadro clínico de cada doença.

Algumas das causas mais comuns são a degeneração do aparelho locomotor que progride com o avançar da idade, a par da fragilização do sistema imunitário e dos tecidos.

As infeções, quadros inflamatórios e alterações do metabolismo são outros motivos para o desencadear das doenças reumáticas.

Os sintomas são muito variados

As dores nas articulações são o sintoma mais comum, que podem variar de intensidade e de local consoante a doença. Por exemplo, uma dor mecânica resultante do esforço, é diferente de uma dor inflamatória e é importante fazer a distinção. 

Algumas doenças reumáticas também apresentam sintomas parecidos, embora cada doença tenha os seus sintomas e sinais específicos, por isso a consulta com o médico é imprescindível para que possa ser determinado o tratamento mais adequado à doença especifica.

Alguns dos sintomas são:

  • Inchaço, vermelhidão e calor nas articulações
  • Inchaço nas mãos
  • Movimentos dificultados
  • Rigidez nas articulações ao acordar
  • Redução da flexibilidade da coluna
  • Limitação de movimentos nas atividades rotineiras do dia a dia
  • Fadiga muscular
  • Sensibilidade à luz e olhos secos
  • Secura na boca
  • Mãos, pés e orelhas mais sensíveis ao frio com tendência para a dormência
  • Diminuição da sensação do tato
  • Síndrome de raynaud em que a pele fica com uma coloração azulada
  • Dor
  • Fraqueza ou rigidez na execução de tarefas simples
  • Falta de energia
  • Fadiga geral

Alguns sintomas são específicos das doenças, por exemplo a artrose causa dor, rigidez e limitação de movimentos, sobretudo em pessoas com mais de 60 anos.

Alguns fatores de risco são transversais a todas as doenças, como o envelhecimento, tabagismo, consumo excessivo de álcool e obesidade.

Não há só um tratamento

Não há um único medicamento ou tratamento que seja bom para toda as pessoas afetadas por estas doenças Há opções de tratamento que ajudam a gerir a dor e a controlar os sintomas da artrite, por exemplo.

Muitas doenças reumáticas inflamatórias são tratadas com os chamados medicamentos modificadores de doenças que têm um impacto mais profundo do que os medicamentos que reduzem apenas os sintomas da doença.

As novas terapias biológicas são um exemplo deste tipo de tratamento e estão entre as opções mais eficazes.

Os medicamentos são o tratamento tradicional, mas há também injeções que podem ser aplicadas numa articulação ou nos tecidos moles.

A Sociedade Portuguesa de Reumatologia aconselha a ida ao médico quando o doente apresenta inchaço, dor ou rigidez numa articulação por um tempo superior a 15 dias.

É importante que seja feito um diagnóstico adequado, já que as doenças reumáticas são muito diferentes entre si, o que implica que o tratamento também tem que ser específico e varia de doença para doença.

Por vezes, são combinados vários tratamentos que combinam medicamentos e práticas físicas.

Os medicamentos mais usados são os anti-inflamatórios, corticoides, analgésicos e imunossupressores.  Em casos mais raros pode ser necessário recorrer à cirurgia.

Para além disto, são recomendadas algumas práticas complementares como o repouso, hidroterapia, exercício físico adequado, fisioterapia e uma dieta saudável.

Podem causar outras complicações de saúde

 As complicações de saúde das doenças reumáticas estão intimamente relacionadas com as caraterísticas especificas de cada doença.

Nas doenças reumáticas inflamatórias podem advir consequências de agravamento, em que a doença se espalha para outros órgãos como o coração e o cérebro onde há o perigo de se desencadear um enfarte ou um AVC.

Outras complicações que podem ocorrer estão ligadas ao tratamento, quando este não é o mais adequado e pode apresentar toxicidade para a pessoa afetada. 

Num sentido mais abrangente, as doenças reumáticas podem apresentar complicações a outros níveis, nomeadamente a incapacitação para o trabalho, perda de produtividade, longos períodos de baixas médicas e reforma antecipada.

Estas complicações têm um impacto profundo, afetando os aspetos pessoais, familiares e sociais do doente e a sua qualidade de vida.

É possível prevenir algumas das doenças reumáticas

A melhor prevenção para evitar o agravamento das doenças reumáticas é sem dúvida o diagnóstico precoce, porque permite um tratamento imediato e eficaz, que pode retardar a doença e evitar muitas complicações.

Uma das medidas preventivas mais importantes é a proteção das articulações e do aparelho locomotor não exercendo sobrecarga ou esforço excessivo nos mesmos.

Manter uma atividade regular e favorecer a mobilidade por oposição ao sedentarismo, escolher sapatos e colchões adequados, bem como a adoção de uma alimentação saudável e de uma postura correta, são outras das medidas preventivas mais aconselhadas. 

Outras medidas mais gerais são:

  • Manter o peso adequado à altura
  • Adotar uma alimentação rica em cálcio
  • Exposição à luz solar
  • Praticar exercício físico regular
  • Evitar esforços excessivos
  • Praticar exercícios de relaxamento e alongamento durante o dia

As medidas preventivas podem atuar de forma particular em algumas das doenças:

Deixar de fumar

É sobretudo recomendado para os doentes com artrite reumatoide, porque o consumo de tabaco aumenta a probabilidade de desenvolver esta doença ou o seu agravamento.

Exposição solar

A produção de vitamina D é importante na prevenção das doenças reumáticas e ajuda a absorção de cálcio, a exposição solar é a forma mais rápida de estimular a produção desta vitamina.

Uma exposição diária à luz solar entre 15 a 20 minutos, é suficiente para ajudar a fortificar os ossos e a absorção de cálcio.

Dieta saudável e equilibrada

É essencial na prevenção da osteoporose, garantindo um aporte de proteínas e de cálcio essenciais no combate à doença.

Já para quem sofre de gota é mais importante evitar alimentos ricos em purinas como a carne, marisco e alguns peixes como o salmão e as sardinhas.

Evitar o excesso de peso e promover uma boa hidratação são muito importantes, no entanto, o consumo de cerveja e refrigerantes deve ser moderado.

Qualidade do sono

Ter uma boa qualidade de sono é muito importante na prevenção da fibromialgia. Ter horas regulares de sono e um ambiente tranquilo e escuro, associados à ausência do consumo de bebidas estimulantes, sobretudo antes de dormir, ajudam a melhorar a qualidade do sono.

Exercício físico

É uma das medidas preventivas mais completas, porque ajuda a reduzir a fadiga e a intensidade das dores, ao mesmo tempo que estimula a flexibilidade muscular.

As atividades físicas mais aconselhadas na prevenção das doenças reumáticas são a natação, caminhadas, hidroginástica, ioga, pilates e aeróbica.

Os doentes que mais beneficiam com estes exercícios físicos são os que padecem de osteoporose, gota, artrite reumatoide, lombalgia e fibromialgia.

Como as doenças reumáticas são em grande número e muito diversificadas, é fácil encontrar algumas doenças que são mais curáveis que outras.

Embora a cura seja sempre relativa, já que não obstante a doença possa vir a ser curada, um tratamento desadequado ou um diagnóstico tardio, podem transformar uma doença curável numa doença crónica.

As doenças reumáticas mais passiveis de cura são as que são provocadas por traumas, esforços excessivos e infeções. São exemplos disso a tendinite, a bursite e a febre reumática.

Por sua vez, as doenças reumáticas degenerativas e as doenças autoimunes não têm cura.

Como é o caso da artrose que provoca a destruição da cartilagem, não sendo possível fazer a sua reconstrução, ou no caso da imunossupressão, em que não sendo possível controlar o sistema imune, também não é possível curar, mas apenas controlar e gerir os sintomas com o tratamento adequado.

Os tratamentos que estão disponíveis hoje em dia permitem, em muitos casos ao doente, manter uma boa qualidade de vida.

Mitos e equívocos sobre as doenças reumáticas

Há muitas ideias preconcebidas sobre esta doenças e algumas informações são erradas, podendo levar a que as pessoas afetadas não façam uma gestão adequada da doença ou não procurem ajuda do médico quando necessário.

Eis alguns exemplos:

As doenças reumáticas só afetam os idosos, na verdade podem ocorrer em qualquer idade.

As doenças reumáticas são provocadas por um clima frio e húmido. O clima em si não é nem a causa, nem a cura.

As doenças reumáticas são provocadas por uma má alimentação. Não há evidencias de que alimentos específicos possam causar as doenças.

No entanto, sabe-se que uma alimentação saudável ajuda a ter uma melhor saúde e a ingestão de certos tipos de alimentos ou bebidas como o álcool, pode precipitar um ataque de gota, por exemplo.

Impacto financeiro

O custo económico das doenças reumáticas é muito grande. O impacto financeiro está estimado em mais de 200 mil milhões de euros por ano na Europa. São umas das doenças mais caras de todas as doenças para a saúde europeia.

Impacto na qualidade de vida

As doenças reumáticas têm um impacto significativo na qualidade de vida das pessoas. Se estas doenças não forem tratadas adequadamente, as atividades diárias como caminhar, subir escadas, cozinhar e a higiene pessoal são afetadas.

As doenças reumáticas podem também ter um efeito profundo na capacidade de trabalho, constituindo a maior causa tanto de baixa por doença como de reforma antecipada, causando incapacidade física, mesmo entre pessoas em idade ativa.

Conclusão

As doenças reumáticas, são doenças com uma grande prevalência na sociedade e a falta de tratamento atempado e ajustado à necessidade da pessoa afetada, pode levar a complicações graves e mesmo à incapacidade física.

Como são pouco conhecidas enquanto doenças especificas, os seus sintomas iniciais são muitas vezes ignorados ou minimizados.

Como têm um grande potencial para terem um impacto considerável na qualidade de vida dos indivíduos, o diagnóstico precoce assume especial importância, já que os sintomas tendem a piorar com a evolução da doença, podendo afetar inclusive a capacidade para o desempenho das tarefas rotineiras.

As doenças reumáticas estão por trás de muitos pedidos de reforma antecipada, longos períodos de baixa médica e incapacidade laboral.

Tratar da doença logo no início é fundamental para minimizar os danos nas articulações e preservar o mais possível a função articular normal.

A prevenção passa tanto por ter hábitos alimentares saudáveis, fazer exercício físico e qualidade de sono, como por adotar posturas corretas, escolher calçado e colchão adequados, ou evitar esforço excessivo.

O exercício pode ajudar a diminuir a dor, reduzir os sintomas da doença e dar um contributo substancial para a flexibilidade, força e saúde em geral. Além disso, pode melhorar também a saúde mental e ajudar com o impacto psicológico da doença. 

Caso seja difícil fazer atividade física, pode ser útil pensar numa perspetiva de movimento em vez de exercício. Por exemplo, a dança é uma ótima forma de manter uma atividade e é uma alternativa bem-vinda ao exercício tradicional para algumas pessoas.

Escolher um grupo de exercícios que contribuam para melhorar a forma física e a força é melhor.

Há várias atividades que podem ser incluídas num programa de exercícios, tais como a caminhada, a ginástica aeróbica aquática, ciclismo ou dança.

Em grupo ou com a ajuda de um livro ou de música o que importa é o movimento.

A melhor estratégia é começar e desenvolver uma rotina. Se o tipo de exercício for extenuante, é melhor verificar primeiro com o médico, fisioterapeuta ou terapeuta ocupacional.

Para doenças tão diversificadas como as doenças reumáticas, a melhor estratégia é uma abordagem multifacetada que engloba medicamentos, tratamentos complementares e práticas saudáveis.  

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Referências:

  • Direção Geral de Saúde
  • Liga Portuguesa Contra as Doenças Reumáticas
  • Sociedade Portuguesa de Reumatologia
  • Instituto Português de Reumatologia