À medida que envelhecemos, as nossas escolhas alimentares alteram-se.
Por um lado, poderá haver mudanças no apetite e na forma como a pessoa se sente em relação à comida.
Além disso, certas condições de saúde como a tensão alta ou diabetes, podem provocar uma mudança na dieta, e os efeitos secundários da medicação também podem afetar fortemente os padrões de alimentação.
Estas mudanças podem tornar ainda mais difícil para os idosos manterem uma dieta saudável como antes, porque tipos de alimentos e rotinas alimentares existentes no passado podem já não se enquadrar no estilo de vida ou apetite do idoso.
Nestas circunstâncias um nutricionista pode ajudar. Estes especialistas podem ajudar a compreender como satisfazer as necessidades nutricionais que vão mudando à medida que envelhecemos.
Isto não significa que a alimentação terá que ser muito condicionada ou restrita.
O acompanhamento de um nutricionista poderá ajudar a encontrar formas de continuar a ter uma dieta agradável e a manter hábitos alimentares saudáveis de forma personalizada e de acordo com as necessidades de cada um.
O que é uma boa nutrição em idade avançada?
Ter uma dieta saudável pode dar energia, reduzir o peso, e até prevenir algumas doenças, tais como a hipertensão, diabetes, osteoporose, e alguns tipos de cancro.
O corpo e o estilo de vida de uma pessoa mudam à medida que esta envelhece. Por causa disto, as suas necessidades de saúde também variam. Poderá ser necessária uma dieta mais reduzida, ou a introdução de mais proteínas alimentares.
Uma mudança de apetite à medida que as pessoas envelhecem é expectável, uma vez que o metabolismo e o nível de atividade abrandam ou alteram-se, o que significa que são necessárias menos calorias.
Pode ser muito prejudicial para a saúde de um idoso ter uma má nutrição, pois pode causar perda de peso e enfraquecer o sistema imunitário, tornando-o mais propenso a infeções como a gripe comum ou outras.
As refeições devem ser ricas em nutrientes, mas não em energia. É importante ter em atenção a quantidade recomendada de porções de alimentos por dia dos cinco grupos alimentares nas orientações da dieta.
Uma variedade de alimentos é essencial, limitando o açúcar, sal, álcool, gordura e o consumo excessivo de álcool.
Entre as necessidades nutricionais das pessoas estão as proteínas, hidratos de carbono e gorduras, e estas precisam de ser substituídas todos os dias. É essencial também beber água para manter a hidratação.
Dietas bem equilibradas incluem também uma variedade de alimentos naturais, incluindo frutas, vegetais, cereais integrais, lacticínios e proteínas.
Incluir vários alimentos, como carne magra, peixe a fornecer a maior parte das proteínas, e consumir, caso não haja indicação em contrário, produtos lácteos com baixo teor de gordura.
Limitar também o consumo de alimentos excessivamente processados ou que têm muito sal, para manter a dieta equilibrada.
Para ter uma alimentação equilibrada e rica em nutrientes, também se deve controlar a ingestão de gordura e os níveis de colesterol no sangue.
Uma dieta equilibrada deve também conter micronutrientes. Os minerais e as vitaminas constituem micronutrientes, e ambos são também essenciais em pequenas quantidades.
Como promover bons hábitos alimentares nos idosos?
Os hábitos alimentares saudáveis nos idosos devem ser promovidos e acompanhados de forma consistente.
É preferível aumentar a densidade dos nutrientes, em vez de aumentar o tamanho das porções. Servir muitos alimentos de uma só vez pode ser prejudicial para a digestão e para o trato digestivo.
Utilizar leite em vez de água em cereais e sopa, adicionar manteiga de amendoim ou de amêndoa a torradas em vez de manteiga comum, e adicionar queijo a ovos mexidos, podem ser algumas estratégias para enriquecer as refeições.
Agendar regularmente as refeições, promove a regularidade, o que é crucial para a saúde. O apetite é afetado quando nos afastamos do horário regular das refeições.
As refeições sociais devem ser encorajadas. Comer sozinho pode ser uma experiência deprimente ou difícil para os idosos.
Antes e durante as refeições, evitar o consumo excessivo de líquidos. É mais provável que comamos em excesso se consumirmos demasiados líquidos antes das refeições.
O organismo utiliza os alimentos como fonte de combustível. No entanto o consumo de calorias à medida que se envelhece, tende a diminuir.
Este processo pode ser um desafio. Considerar assim, comer porções mais pequenas em vez de três grandes refeições por dia.
Uma dieta rica em nutrientes pode incluir os seguintes alimentos:
- Frutas e legumes,
- Produtos lácteos com pouca gordura
- Leguminosas, nozes e sementes
- Carne com pouca gordura
- Peixe
As vitaminas, minerais, proteínas, hidratos de carbono, e gorduras encontradas nestes alimentos contribuem para um corpo saudável à medida que envelhecemos.
Um sistema digestivo saudável também depende da fibra, que é muito importante para as pessoas mais velhas, e também é benéfica para o coração.
É importante consumir porções adequadas de:
- Vegetais e frutas
- Leguminosas, feijões, nozes e sementes
- Cereais
- Uma fonte adequada de proteínas
O nutricionista ou médico assistente podem recomendar suplementos específicos à dieta se não forem obtidas vitaminas suficientes na dieta regular.
Os suplementos nunca devem substituir os alimentos. Além disso, os suplementos podem ser úteis se a dieta carecer de vitaminas específicas, ou se existirem alergias a alimentos que fornecem as vitaminas necessárias.
Os alimentos processados são saturados com sal e devem ser reduzidos. A maioria destes alimentos é rica em calorias, mas pobre em nutrição. Manter a hidratação é vital para manter o corpo saudável.
Não há uma quantidade definida de água que se deve beber por dia, mas é recomendada uma média de 1 litro e meio a 2 litros por dia, dependendo do tempo e da quantidade de atividade física que se faz.
Consultar um nutricionista ou médico é a melhor forma de elaborar um plano de ação para o corpo se manter saudável à medida que envelhece.
Porque é que é importante para os idosos terem uma boa nutrição?
Todas as pessoas em qualquer idade precisam de uma boa nutrição, mas os idosos são especialmente sensíveis a uma boa alimentação.
O idoso mais facilmente pode ter uma melhor saúde física e emocional ao consumir uma dieta saudável.
Estas são algumas das razões pelas quais os idosos devem consumir alimentos nutritivos:
Manter uma estrutura óssea saudável
A saúde e a força óssea dependem do cálcio e da vitamina D, dois nutrientes muito importantes.
Embora estes nutrientes sejam cruciais para todas as idades, as mulheres na fase de pós-menopausa beneficiam particularmente deles devido à crescente fragilidade dos ossos nesta fase da vida.
O estrogénio, uma hormona que fortalece a estrutura óssea da mulher, tende a diminuir nesta altura, e as doenças degenerativas como a osteoporose podem ocorrer quando os níveis de estrogénio caem durante a menopausa.
Beber leite e comer salmão, e vegetais de folhas verdes para obter cálcio e vitamina D, podem ajudar a retardar a progressão desta doença óssea degenerativa. Suplementos de cálcio podem também ser prescritos.
Redução do risco de infeção
O sistema imunitário das pessoas mais velhas tende a deteriorar com a idade.
Os alimentos ricos em vitamina C são importantes nesta fase da vida porque, níveis adequados podem prevenir infeções bacterianas, fúngicas e virais.
Os alimentos ricos em vitamina C incluem todos os citrinos, algumas outras frutas e alguns vegetais.
Para quem tem distúrbios digestivos como azia ou doença do refluxo ácido, não deve consumir citrinos, mas sim vegetais de folhas verde escuro.
Melhorar o funcionamento do intestino
Diarreia e obstipação podem ocorrer quando o idoso não está a consumir fibras suficientes na dieta. Os legumes e leguminosas fornecem uma fonte importante de fibra.
O consumo de demasiada fibra pode causar inchaço, gás aprisionado e desconforto abdominal.
É possível evitar a ocorrência de problemas gástricos fazendo mais caminhadas e procurando ajuda médica, caso necessário.
Como uma consulta de nutrição em casa pode ajudar?
Cozinhar e comer pode tornar-se um verdadeiro desafio à medida que se envelhece. Esta situação pode levar a casos de desnutrição, o que por sua vez, pode agravar os problemas de saúde existentes ou causar novos problemas.
É possível comer bem à medida que envelhecemos, mas fazer pequenas alterações é fundamental.
Uma consulta com um nutricionista ao domicílio pode ser muito benéfica para os idosos.
Estas são algumas das circunstâncias em que uma consulta de nutrição pode ser vantajosa:
Idosos que vivem sozinhos
Os idosos que vivem sozinhos podem ter dificuldade em fazer compras, cozinhar, ou comer de forma independente.
Um cuidador ao domicílio com a ajuda de um nutricionista poderá ser uma grande ajuda nestas circunstâncias, permitindo dar mais qualidade de vida ao idoso e uma melhor segurança alimentar.
Dificuldades para saborear os alimentos
Um sabor ou cheiro de qualquer alimento que se torne desagradável para o idoso pode ter impacto na sua nutrição.
Se a pessoa idosa não conseguir provar ou cheirar bem, poderá até querer experimentar novas receitas ou alimentos diferentes, sem perturbar as necessidades nutricionais.
Com a ajuda das orientações de um nutricionista, também se pode melhorar o sabor da comida, utilizando diferentes ervas aromáticas e especiarias.
Alguns medicamentos podem ter efeitos secundários desagradáveis, que incluem a perda de sabor, capacidade de cheirar ou mesmo perda de apetite. Nestas situações, consultar um nutricionista pode ajudar a encontrar alternativas que sejam mais adequadas.
Problemas de saúde
Comer comida suficiente pode ser um desafio quando há problemas digestivos ou dificuldade para mastigar.
Comer alimentos mais macios como vegetais cozinhados, fruta e ovos, pode facilitar o processo. No entanto, é também essencial verificar com o médico assistente, que não existe nenhum problema de saúde subjacente que cause a sua má digestão.
Um nutricionista pode criar planos de refeições personalizados que vão ao encontro das preferências alimentares e pode ajudar também com uma gama de terapias de nutrição médica, ou planos de nutrição para tratar condições de saúde específicas.
Também administram terapias de nutrição médica para ajudar a gerir problemas de saúde existentes ou prevenir o aparecimento de novos problemas, como a diabetes de tipo 2.
As terapias de nutrição médica podem ajudar a manter e melhorar a saúde, baixando o colesterol ou o peso corporal, melhorando os níveis de glicose ou controlando a pressão sanguínea.
Em alguns casos, as terapias de nutrição podem mesmo levar à possibilidade de reduzir a utilização de medicamentos prescritos para doenças como a diabetes ou a hipertensão.
Um nutricionista pode aconselhar como comer para alcançar os objetivos propostos e ter um melhor bem-estar de forma personalizada e mais adequada a cada circunstância especifica.
Conclusão
Uma dieta que seja adequada para os idosos tem muitos benefícios, incluindo uma maior capacidade mental e melhores níveis de energia e redução do risco de doença.
Um idoso que pratica hábitos alimentares saudáveis e adequados vive mais tempo e tem uma maior probabilidade de ser saudável em geral.
À medida que envelhecemos, uma dieta nutritiva pode contribuir para a nossa capacidade de lidar melhor com doenças crónicas e outras questões de saúde graves.
Ter uma dieta saudável pode dar energia, reduzir o peso, e até prevenir algumas doenças, tais como hipertensão, diabetes, osteoporose, e alguns tipos de cancro.
O corpo e o estilo de vida de uma pessoa mudam à medida que envelhece. Assim, as necessidades de saúde também variam e são alteradas, por vezes de forma drástica.
Poderá ser necessário alterar profundamente a dieta regular, reduzindo o consumo de calorias ou introduzindo outro tipo de nutrientes como proteínas ou leguminosas.
A melhor maneira de elaborar um plano de ação alimentar saudável e adequado à idade mais avançada é consultar um nutricionista ou o médico, para que seja garantida uma alimentação que responda às necessidades reiais do idoso.
Uma boa nutrição torna-se mais necessária à medida que envelhecemos porque pode ter um forte impacto na saúde, tanto mental como física, e também ajuda o idoso a ter mais qualidade de vida, a manter-se independente e em sua casa por mais tempo.
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Referências:
- Aged Care Guide
- HealthLine
